segunda-feira, 26 de agosto de 2013

ESCOLA FLUXO DE FOTOGRAFIA

E então, depois de tanto tempo sem dar a devida atenção pra esse espaço aqui, eis que apareço e, já assumo, vou tagarelando como se não tivesse passado tanto tempo assim.... 

Sábado, eu que sempre reclamo da oferta cultural da nossa capital, fui, com uma amiga, apresentada à Escola Fluxo, situada no bairro Bom Fim de Porto Alegre, para participar do workshop SMARTPHOTO & INSTAGRAM – FOTOGRAFIA PARA DISPOSITIVOS MÓVEIS. 

Admito que me dirigi à escola um pouco receosa. Afinal de contas,  fotografias feitas em dispositivos móveis - não importa o quão sofisticadas sejam as lentes/câmeras dos smartphones - não deveriam ser consideradas arte/artísticas... Será mesmo? 
No lugar do receio e da desconfiança  foi ganhando espaço um imenso orgulho de ter enfrentado vento, frio e chuva pra estar naquela casa que grita arte! 

Em se tratando de fotografia, sou leiga, mal sei controlar o obturador da minha câmera - sábado, inclusive, iniciei as tratativas para me inscrever em um curso básico oferecido pela escola -, mas o que me motivou foi o fato de gostar da sensação de tirar uma boa foto, do namoro que é a edição, de ter de ficar com o olhar atento às situações do cotidiano que - pra mim - são as mais prazerosas de retratar...


Da experiência ficaram três sensações:

1. A oferta cultural tá aí, é só ficar atento...
2. A fotografia, atualmente, é o segmento artístico que mais me encanta.
3. Fotógrafo é quem fotografa...













terça-feira, 5 de junho de 2012


Meu menino, meu parceiro,
meu poeta, meu viver,
a promessa mais linda que a gente se fez
era a de nunca ter que prometer...
 
Porque a promessa é desnecessária,
quando o compromisso é só o de amar:
amor é dado no vento, é comida da alma, 
é bicho esquisito, coisa de sonhar.
 
Então, vamos seguindo juntinhos
e que, assim, venha o que tiver de ser
porque eu sei que você é meu caminho,
meu laço, meu passo, meu amor, meu porquê.
 
(Nós somos. E sempre seremos. Simples assim)

domingo, 27 de maio de 2012

Preconceito


por Rodolfo Pamplona Filho

Sou baiano,
Negro, 
Pobre
E Gay
Sou cigano
Feio,
Baixo e
Chinês
Nordestino ou 
Argentino
Mendigo ou
Indigente
Idoso ou
Menor Carente
Deficiente ou
Impotente
Crente ou
Ateu
Árabe ou 
Judeu
Umbandista ou
Adventista
Testemunha ou
Kardecista
Migrante ou
Imigrante
Presidiário ou
Proletário
Refugiado ou
Desabrigado
Bêbado ou
Drogado
Alcóolatra ou
Viciado
Desempregado ou
Condenado

Sou muito mais que tudo isso...
Se, não na carne, no espírito
de solidariedade com aquele
que sofre, chora e morre
não pelo que faz ou fez,
mas pelo sentimento incontrolável
de quem não compreende...
Nem faz qualquer esforço para isso...

É preciso sentir na pele,
por vezes, literalmente,
para dimensionar a loucura
de julgar o outro
sem um dado objetivo
que justifique esta postura.

Não é fácil matar 
um leão por dia
e ser excluído pelo
grau de melanina
OU por quem você suspira
OU pela sua conta bancária
OU pela sua luta diária
OU de onde vai ou vem
OU de quem você crê no além...

Esqueça-me por um dia
ou – melhor! – definitivamente,
pois o meu maior defeito
é parecer diferente
aos olhos de quem esqueceu
qual é o sentido de ser gente...

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

A literatura me salva.

  
Os últimos dias foram tensos, final de semestre é sempre corrido, ainda mais último final de semestre na graduação da vida. Ainda mais final de semestre com a perda de uma pessoa querida. Final de semestre com o sofrimento dos que amo...

Apesar de já ter decidido que não vou remoer esse fatídico episódio, não teria como começar a falar da Vereda Literária II sem contar o quanto o dia de ontem foi difícil (e o quanto a Vereda foi necessária).
Ontem fui à despedida de uma pessoa querida, com cerimônia lotada de jovens chorosos, vivi uma das tardes mais tristes da minha vida. Como estava de carona, antes de ir pra casa, acabamos dando uma passadinha na Palavraria (Rua Vasco da Gama) e assistimos a fala de Michel Laub, Cintía Moscovich e Juarez Guedes Cruz sobre "A verdade e as mentiras". E foi muito bom. Foi melhor do que ir pra casa e ficar reprisando a tristeza, foi melhor do que ir pro divã do terapeuta, foi melhor do que uma mesa de bar com os amigos. Naquele momento, foi a melhor coisa que eu poderia ter feito.

No encontro eles falaram sobre o risco que se corre de escrever, e por conseguinte, de limitar, memórias. Quando escrevemos (ainda que com a intenção de narrar fatos verídicos), fundamos algumas verdades que, na realidade, sequer existiram. Passamos a acreditar nessas verdades fundadas e acabamos alterando as sensações que tinhamos com relação àquela situação vivida. 
Explico: quando viajamos, por exemplo, e fazemos um diário de viagem as chances de o lermos dez anos depois, e lembrarmos da tal viagem exatamente como estava ali escrito são enormes. Ou seja, passa-se a lembrar do que se definiu através da escrita, e se essa escrita aumentou alguns fatos, ou até mesmo inventou, as chances de lembrarmos desses fatos aumentados/inventados como verdadeiros são de quase 100%. 

Com a fala acontece o mesmo, através de outro mecanismo, mas com a mesma lógica, acabamos alterando algumas sensações quando as expomos. Na verdade, não há nada de mal nisso, a reflexão sobre essas questões é que me deixou fascinada.

Gostaria de escrever, diante do que passou, da volatilidade da vida, da fraqueza do corpo humano, da constatação de que diante da perda a religião se mostra, sim, o melhor amparo, mas temo que ao escrever acabe definindo alguns sentimentos que ainda não estão maduros para serem colocados no papel.


Ontem disseram: existem histórias de viver, e histórias de escrever. Quando for a hora certa, talvez eu consiga organizar o que estou sentindo, mas ainda é cedo. Por enquanto fica a programação desse evento revelador, que está aqui, na nossa cidade, de graça, para os que reclamam que Porto Alegre não propõe eventos culturais, para os que reclamam que não tem nada de bom na TV, para os que reclamam da vida, para os que reclamam da morte... Para todos!


http://palavraria.wordpress.com/programacao-2011/ 


domingo, 23 de outubro de 2011






Cinema Americano

Thaís Gulin

Tão homem tão bruto tão coca-cola nego tão rock n'roll
Tão bomba atômica tão amedrontado tão burro tão desesperado
Tão jeans tão centro tão cabeceira tão Deus
Tão raiva tão guerra tanto comando e adeus
Tão indústria tão nosso tão falso tão Papai Noel
Tão Oscar tão triste tão chato tão homem Nobel
Tão hot dog tão câncer social tão narciso
Tão quadrado tão fundamental
Tão bom tão lindo tão livre tão Nova York
Tão grana tão macho tão western tão Ibope
Racistas paternalistas acionistas
Prefiro os nossos sambistas
A ponte de safena Hollywood e o sucesso
O cinema a Casa Branca a frigideira e o sucesso
A Barra da Tijuca Hollywood e o sucesso
Prefiro os nossos sambistas
Prefiro o poeta pálido anti-homem que ri e que chora
Que lê Rimbaud, Verlaine, que é frágil e que te adora
Que entende o triunfo da poesia sobre o futebol
Mas que joga sua pelada todo domingo debaixo do sol
Prefere ao invés de Slayer ouvir Caetano ouvir Mano Chao
Não que Slayer não seja legal e visceral
A expressão do desespero do macho americano é normal
Esse medo da face fêmea dita por Cristo é natural
É preciso mais que um soco pra se fazer um som um homem um filme
É preciso seu amor seu feminino seu suíngue
Pra ser bom de cama é preciso muito mais do que um pau grande
É preciso ser macho ser fêmea ser elegante
Prefiro os nossos sambistas

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Sobre como amar uma mulher

“Você pode não ser o primeiro homem dela, o último homem dela ou o único homem dela. Ela amou antes, pode ser que ela ame de novo. Mas se ela se ama agora, o que mais importa? Ela não é perfeita - você também não é, e vocês dois podem nunca ser perfeitos juntos, mas se ela te faz rir, te faz pensar duas vezes, e admite ser humana e cometer erros, segure-se a ela e dê a ela o máximo que você puder. Ela pode não estar pensando em você a cada segundo do dia, mas ela te dará uma parte dela que ela sabe que você pode quebrar - o coração dela. Então não machuque ela, não mude ela, não analise e não espere mais do que ela pode dar. Sorria quando ela te fizer feliz, diga a ela quando ela te deixar com raiva, e sinta a falta dela quando ela não estiver por perto.”


Bob Marley

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

A nitidez das páginas viradas

A conversa foi a seguinte:

- Isso faz parte do seu passado.
- Não. Isso faz parte de mim.

O meu passado é meu. Só meu. E não há como desconectá-lo de mim. Os gritos do que passou ainda ecoam na minha cabeça e no meu coração. Tudo o que faço, penso e sou hoje é o reflexo desse espelho que pode até estar sujo, quebrado e escondido; mas ainda reflete com as cenas de ontem. E só eu e ele sabemos como foi. A nitidez das páginas viradas ainda me assusta.

Não me peçam para esquecer o passado. Não me peçam para deixar pra lá.

Meu passado é cicatriz. É a marca de que vivi. Sinal de aprendizado, dor, angústia, derrota, vitória e suor. É o livro que eu consulto para saber se o caminho à frente é seguro. Um livro que mostra aquilo que sou, aquilo que fizeram de mim e aquilo que eu fiz dos outros.

Lá atrás estão todos os meus sonhos e pesadelos realizados. A prova de que felicidade e tristeza têm rosto, cheiro, textura e sabor. Tudo isso um pouco idealizado por uma cabeça que tem mania de ver poesia em tudo; mas são verdades.

Me agarro ao que passou pra poder acreditar no que vem pela frente. Não há futuro sem saber o que ficou pra trás.

Então não. Não me venha com essa de virar a página.